Amores inseparáveis: a Deus e ao
próximo
O Mandamento do
Amor é a essência da vida cristã
Na quinta-feira da 9ª Semana do Tempo
Comum, ouvimos a passagem do Evangelho de Marcos (Mc 12,28b-34), e refletimos
sobre o inseparável amor a Deus e ao próximo, que são os maiores Mandamentos da
Lei Divina.
Amor que está no centro da experiência
cristã, pois Deus espera que cada coração humano esteja submergido no Seu
Amor.
É preciso a imersão no Amor de Deus para transbordar, comunicar o amor ao próximo: eis o sentido do existir e do ser cristão em todo tempo.
É preciso a imersão no Amor de Deus para transbordar, comunicar o amor ao próximo: eis o sentido do existir e do ser cristão em todo tempo.
Esta passagem aparece nos Evangelhos de
Mateus e Lucas (Mt 22,34-40; Lc 10,25-28).
Mais uma vez, Jesus enfrenta os líderes
religiosos de Seu tempo, após as questões polêmicas do tributo a César e da Ressurreição
(não acreditada pelos Saduceus), Ele é interrogado sobre qual é o maior
Mandamento.
Consideremos que os fariseus
conservavam 613 mandamentos (sendo 365 proibições e 248 prescrições). Um
verdadeiro emaranhado de preceitos e prescrições.
Evidentemente, os pobres estavam impossibilitados deste conhecimento, e por eles eram considerados impuros e distantes de Deus.
A resposta de Jesus unifica e equipara
os dois Mandamentos: “’Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração,
de toda tua alma e de todo o teu entendimento!’ Esse é o maior Mandamento.
O segundo é semelhante a esse: ‘Amarás
ao teu próximo como a ti mesmo’”. Com isto podemos afirmar que toda
revelação de Deus se resume no amor: amor a Deus e ao próximo. A Lei e os
Profetas são apenas comentários, desdobramentos destes dois Mandamentos.
O Mandamento do Amor é o resumo de toda
Lei, pois a vida cristã consistirá em amar como Jesus ama ao Pai, com Seu
Espírito – o Amor Trinitário.
Tudo que Deus faz é simplesmente por amor, e esta é essencialmente a marca de Seu agir. Assim, tudo quanto fizermos, tanto os gestos mais grandiosos de fidelidade quanto os menores, se ausente o amor, perdem a sua beleza e consistência.
Tudo que Deus faz é simplesmente por amor, e esta é essencialmente a marca de Seu agir. Assim, tudo quanto fizermos, tanto os gestos mais grandiosos de fidelidade quanto os menores, se ausente o amor, perdem a sua beleza e consistência.
Na verdade, os dois Mandamentos são o
resumo de toda a Bíblia: que a vontade de Deus seja feita, numa entrega
quotidiana de amor em favor do Reino, fazendo da vida um dom total de si mesmo,
como Jesus o fez - o Missionário amado pelo Pai, na força do Espírito, o Amor
que nos acompanha em todo momento.
Amando a Deus escutaremos Sua palavra e
haveremos de nos empenhar no cumprir da vontade divina. No amor aos irmãos
haveremos de nos solidarizar com todos os que encontrarmos pelo caminho. O
amor, a solidariedade, o serviço, a partilha, o dom da vida em favor do outro
nos faz adoradores de Deus, em espírito e verdade.
Na vivência do Amor a Deus e ao próximo
Jesus fez cair as máscaras da hipocrisia de Seus opositores, que conhecedores
da Lei, do Mandamento divino, mas tão apenas conhecedores, pois não os
colocavam em prática, como Ele o fez em relação aos pequeninos, aos pobres, aos
enfermos, aos marginalizados.
Bem sabemos que este Amor que ama até o fim incomodou aqueles bem estabelecidos, porque com os preferidos de Deus jamais comprometidos:
Concluo com a afirmação do Missal
Dominical:
“O Mistério de Cristo, no seu todo, é
vivido na Igreja, no conjunto de seus membros em todos os séculos.
O contemplativo serve aos homens
servindo a Deus; o ativo serve a Deus servindo aos homens...
O Santo Cura D’Ars
suspirava por um convento e pela solidão, enquanto se dedicava inteiramente aos
homens; e os conventos deram à Igreja grandes Papas, Bispos, Reformadores e
Missionários, que passaram da contemplação e da solidão à ação mais
perseverante e ininterrupta”. (1)
(1) Missal Dominical - Ed. Paulus -
p.841
PS: Passagem do Evangelho proclamada no 31º Domingo do Tempo Comum (ano B)
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