sexta-feira, 22 de março de 2024

Fixemos nosso olhar na Cruz de Nosso Senhor


Fixemos nosso olhar na Cruz de Nosso Senhor

Celebremos a Semana Santa, a semana do indizível e imenso amor de Deus por nós, e o poder radiante da Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, como rezamos no Prefácio da Missa da Paixão do Senhor (I):

“O universo inteiro, salvo pela Paixão de Vosso Filho, pode proclamar a Vossa misericórdia.  Pelo poder radiante da Cruz, vemos com  clareza o julgamento do mundo e a vitória de Jesus crucificado”.

Fixemos nossos olhos no Senhor, que é sempre uma graça que eleva nossos pensamentos e revigora nossas forças, e meditemos as palavras do Apóstolo Paulo aos Coríntios (1Cor 1,27b-30):

“Deus escolheu o que o mundo considera como fraco, para assim confundir o que é forte; Deus escolheu o que para o mundo é sem importância e desprezado, o que não tem nenhuma serventia, para assim mostrar a inutilidade do que é considerado importante, para que ninguém possa gloriar-se diante dele. É graças a Ele que vós estais em Cristo Jesus, o qual Se tornou para nós, da parte de Deus: sabedoria, justiça, santificação e libertação”. 

Oportunas as palavras do Papa São Leão Magno (séc V):

“Através d’Ele (Jesus Cristo morto na Cruz) é dado aos crentes a força na fraqueza, a glória na humilhação, a vida na morte”.

Olhos fixos no Senhor e vemos que em Sua “fraqueza”, deixou-se atraiçoar e crucificar, revelando e confiando no Seu amor oblativo e o amor do Pai que não O abandonará, mas O Ressuscitará.

Olhos fixos no Senhor, para ficar com Ele até o fim, no indizível amor que testemunha em nosso favor, ainda que imerecidamente.

Mantenhamos os olhos da alma fixos no Senhor e o coração em plena sintonia com o Seu Sagrado Coração trespassado e dilatado para que nele coubéssemos, como tão bem expressou São Pedro Crisólogo (séc V), na contemplação  da humanidade/divindade de Jesus:

“Talvez vos perturbe a enormidade de meus sofrimentos por vós. Não tenhais medo. Estes cravos não Me provocam dor, mas cravam mais profundamente em mim o amor por vós.

Estas Chagas não Me fazem soltar gemidos, mas vos introduzem ainda mais intimamente em Meu coração. O Meu corpo, ao ser estirado na Cruz, não aumenta o Meu sofrimento, mas dilata espaços do coração para vos acolher. Meu Sangue não é uma perda para mim, mas é o preço do vosso resgate”.

No silêncio e no recolhimento permaneçamos. Com os olhos e o coração fixos no Senhor, pois quem nos amou tanto assim?

Concluo com as palavras do Papa Francisco:

“Há tanto barulho no mundo. Aprendamos a estar em silêncio dentro de nós mesmos e diante de Deus”.

Nenhum comentário:

Quem sou eu

Minha foto
4º Bispo da Diocese de Guanhães - MG